Resenha: Pistoleiros/Putas e Dementes



Olá galerinha! O livro da semana é "Pistoleiros/Putas e Dementes".

"Não esqueça de tirar o lixo

As mudanças mais profundas são aquelas em que tudo permanece igual. Todos os invernos se parecem com o pior inverno e nenhuma paisagem se compara com as remotas paisagens da infância. Se há alguma razão para outros amores é lembrar-nos de que não são o único."

O livro se inicia por "A Máquina de Somar Zeros", onde o autor nos presenteia com uma dose cavalar de sua sinceridade. Efraim Medina Reyes nos apresenta um pouco de sua visão de homem, conta um pouco de sua trajetória e tece críticas aos editores. Após, o livro divide-se em "Traseiros Assassinos", "O Verme Metafísico" e "Clube de Pistoleiros, cada parte contendo uma seleção de poemas.

"A verdade é que me interessa pouquíssimo se vender poemas é bom ou mau negócio; trancado naquele quarto calorento onde comecei a escrevê-los, não pensava nisso, não pensava em nada... só em frear a angústia implacável e a vontade de morrer."

Bom, eu não fui uma entusiasta do estilo do Efraim Reyes. Para ser bem honesta, me angustia a ideia de que alguém possa reduzir seres humanos à mamíferos estúpidos e filhos da puta, com o perdão da palavra e já avisando à quem se propor a ler que irá se deparar com muita linguagem de baixo calão. 
Reyes possui uma visão de mundo um tanto deprimente, e a exprime de maneira magistral em cada poema. Também possui uma visão repugnante sobre mulheres, e a expressa em trechos hediondos como esse:

"Uma mulher feia tem duas opções: se matar ou criar um estilo. A pior coisa que uma mulher feia pode fazer é fingir que não é feia, isto é quase tão ruim como não ter um pingo de beleza. É o tipo de coisa que desacorçoa os caras simpáticos."

O que não é surpresa, visto que no início do livro ele diz já ter sido acusado de misoginia por conta de um livro intitulado "Chupa menina, mas devagar".

A impressão que tive lendo os poemas do autor é que tudo é nojento, feio ou hipócrita. Tive dificuldade para terminar, pois a cada página que eu lia, o desejo crescente era de abandoná-lo. Ainda que eu tenha gostado de alguns poemas, como "Uma Parede", onde ele nos induz à  reflexão sobre a construção de barreiras, o livro como um todo é algo que eu não recomendaria a ninguém. A primeira parte, "Traseiros Assassinos" é terrível; em "O Verme Metafísico" o livro se torna melhor, talvez por ser mais suave, e em certa medida, até mais doce. E para não ser injusta com o autor, esse é o primeiro livro que leio de sua autoria, então talvez os próximos sejam melhores. 

Pistoleiros/Putas e Dementes (2006), é de autoria do colombiano Efraim Medina Reyes e publicado no Brasil pela Editora Garamond.

Abraços e até a próxima!

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